29 de mai. de 2014

Sonhos de fumaça de café também se realizam


Ontem o querido amigo Zito Azevedo disse que eu ando a sonhar com o paraíso. Um comentário por conta da postagem sobre o lugar que desejo morar, um sonho que acalento diariamente. Amigo, quero lhe contar que por misericórdia, quando um sonho é  muito grande, o universo fatia em várias encomendas. Quando não se realiza de uma forma, vem por outra. 

Neste momento, estou no escritório de trabalho e contemplo as minhas verduras e folhas colhidas hoje pela madrugada. Como assim? Não pensem que estou delirando! O fato é que são 12:41 e retorno  a minha sala de trabalho, após o almoço,  com uma farta cesta colorida,  nutritiva e cheia de produtos orgânicos de primeira qualidade. 

Das folhas posso dizer que tem quase tudo: - Nirá, hortelã, coentro, cebolinha, manjericão graúdo e miúdo, couve, rúcula, agrião e salsa. Tem também abóbora, mamão, pimentão, maracujá, batata-doce, vagem, feijão-verde, banana, ovos de quintal, cenoura na rama, quiabo e pimenta e tomate cereja. Um misto de cores, cheiros e sabores tal e qual nos meus sonhos.

Sentada na minha mesa não contemplo o sonhado vale, nem nos fundos da casa tenho as  leiras com folhas e verduras, mas daqui mesmo as vejo sendo manuseadas pelas mãos que as plantaram e de  madrugadinha as colheram a muitos Km daqui. A felicidade que sinto agora pode até não ser a mesma, mas é real e concreta. Enche meu coração e me compensa.

São pequenos produtores, aqueles mesmo pelos quais trabalhamos, que passaram a trazer, toda quinta, seu produtos para vender aqui no Centro Administrativo do  Estado – CAB  e armam barraquinhas em três diferentes pontos, assim como sempre preconizamos o comércio justo -  direto do produtor para o consumidor.

Vou a feira saltitante, deixo a sacola sob a tenda, almoço e volto para pegar. Sinto como  se estivesse na mina pequena vila e o os cheiros, as cores e alegria do vozerio do entorno  até lembra os sonhados bons vizinhos.

Assim, um pedaço do meu sonho torna-se verdadeiro na feirinha de seu Ed Marujo e os produtores da Associação comunitária que ele integra e o que sonhamos juntos vão virando realidade.


Beijos saudáveis e coloridos!








28 de mai. de 2014

Sonhos, um mosaico com grãos de café.


Tenho pensado seriamente em passar uma temporada fora do Brasil. Sonho com uma vila, uma casa de pedra,  três ou quatro  cômodos e banheiro. Se pudesse o quarto seria no mezanino e com uma janela para o vale. A cozinha com um bom fogão, um guarda-comidas, um mesa grande, bancos e uma pia com bancada.

Da sala não faço exigências, só se for frio, gostaria de uma lareira. Uma cadeira de balanço, janelas largas, mesmo que a sala seja pequena. Quero uma cerca, onde se dependurem flores miúdas ou um pergolado na passagem do portão. Quase me esqueci da dispensa, que quero com prateleiras onde possa colocar o óleo recém-feito, as compotas, picles e similares.


Um forno para o pão, se não for pedir demais!

Uma cama larga, cobertas grossas e lençóis que eu mesma possa fazer pequenos bordados em ponto cruz, toalhas que possam secar ao sol ou sob o telhado da pequena lavanderia. Uma prateleira para os livros e outra para as fotos. Um espaço para fazer o meu santuário, com uma almofada e um frequente jarrinho com flores ofertadas aos Mestres.

Acesso ao mundo via internet, um mercadinho para comprar o que não produzir. Por Falar em produzir, preciso de boas leiras para ervas e verduras, não precisa muito espaço para uma pequena horta e pomar, já que será para uma ou duas pessoas.  Se tiver mar próximo, uma peixaria para fazer freguesia e posto dos correios para receber e postar encomendas.

Se possível um carro compacto, como o que uso hoje e que só sairá em viagens e, no dia-a-dia, um bom calçado para as caminhadas. Um carrinho de compras para trazê-las de pequenas distâncias.
Um lugar de poucos e queridos vizinhos, onde o cheiro do meu café possa ser sinônimo de convite e motivo de uma visita. Terá uma igreja local, mas fico com a minha fé.

Do que sei, posso partilhar na organização comunitária, projetos produtivos, associativismo e até, se me permitirem, ensinar na escola local. Também posso trabalhar em meio período ou por períodos determinados com prestação de serviços. Contanto, que sobe tempo para cuidar do que plantarei.

Tenho tudo no pensamento e com detalhes, exceto o local. Quando penso sobre isto só me ocorre Portugal ou Itália, cidades ou aldeias pequeninas. Também pode ser Grécia, mas por lá as coisas andam tão complicadas... Se optar por montes nevados, que sejam próximos a Mont Blanc.

A cada dia coloco mais um detalhe neste mosaico  e se fecho os olhos posso até visualizar em detalhes. Um dia, quando a aposentadoria (reforma) chegar ou se calhar de chegar um dinheirinho não previsto, vou dar andamento ao que venho acalentando.


Por enquanto, estou aberta as sugestões! 





















Imagens da web, meramente ilustrativas, colhidas sem autorização. Se o proprietário discordar, serão retiradas imediatamente.

25 de mai. de 2014

Beijos quentes e verdadeiros, beijos de café.

Obrigada meu querido cafezinho, hoje é seu dia aqui no Brasil!

Neste mundão de país cheio de sotaques, desigualdades, costumes e variadas crenças, você permanece presente nas casas, das mais simples as mais chiques.

Bebido por fraternos, hipócritas, gentis e brutos, amantes e amados. Presente nas casas onde o bule descansa solene ao lado das brasas do fogão de lenha até onde você verte da mais moderna e imponente cafeteira.

Do chic e artesanal café obtido noglobo de vido ao coador de pano marcado pelas borras,  do jeitinho da nossa alma brasileira.

Meu cafezinho, hoje lembrei que na casa da minha vó Laura tinha pés de café.Uma lembrança oportuna para o seu dia e lhe digo, hoje se pudesse, tomava um café torrado na bola,  caldeado com rapadura e moída no pilão.

Meu querido, você me põe de pé,  aclara as idéias e faz companhia. Me trouxe os mais recentes e queridos amigos.

Beijos quentes e verdadeiros porque darei os meus lábios ao seu toque daqui a pouquinho, em mais um cafezinho.


****

Imagem da Feito a Grão

23 de mai. de 2014

Organizando a agenda, durante o cafezinho.

Querido amigo,

Este ano nossa troca de presentes será simbólica, afinal o bicho tá pegando para todos. Em verdade sempre lhe dei pequenas lembranças porque seu bom gosto, só me permite fazer pequenas sugestões de compras ou de lugares e, de verdade, isto me contenta.
Fico Feliz quando vou a um lugar que me lembra de você, ou vejo algo que lhe faria feliz. Não tenho como competir ou fazer sugestões na área literária e deixo isto aos cuidados das filhas, que sem dúvidas, pode acompanha-lo sem vexames.

Fico com as cafeterias,  as novas livrarias, as clássicas perfumarias e alguns apetrechos de bar e recepção para alguém com bom-gosto e que recebe um grupo seleto e sempre à convite. Este ano sei que você se deu um presente, fico contente por que afagos são sempre bons e merecidos. Por um voto feito ha mais de década ,não dou bebidas, senão esta seria uma sugestão ou quem sabe, uma viagem a Glasgow.

O fato é que busquei dentre as últimas incursões de internet e lugares algo para lhe ofertar, mas percebi que queria algo diferente. Tomei coragem e vou lhe dá presentinhos diferentes:

- Um álbum de recordação dos bons momentos junto a seus pais, feito de memórias, alegres, médias e até mesmo tristes, podendo assim ser o mais verdadeiro possível. Um álbum com papel de seda desgastado entre as folhas e com  fotos amareladas pelo passar de mãos saudosas ou orgulhosas;

- os pequenos presentes, que quando criança comprava nos armazéns simples e embalava amarrado de linha para o dia das mães;
- um cacho de rosas miúdas colhidas no quintal da casa materna adornando os pés de Nossa Senhora, colocado ao lado do terço desgastado pelo tempo e pelas preces feitas por este filho querido;

- o cheiro da maniçoba quase pronta vindo da cozinha e a imagem da sua mãe, pacientemente cozinhando por horas para agradá-lo;
- um cheiro de sabonete que saí das gavetas e que vem das camisolinhas azuis e rosas. Aquela gaveta  que é impossível desfazer;
-  a lembrança do orgulho dela em por sua fita de filha de Maria e honrar a sua Congregação;

- as lições de economia justa e necessária para os dias difíceis aprendidas com seu pai;

- a alegria que você experimentou em poder voltar para casa nas primeiras férias de trabalho e comer a sua comidinha;

- a forte emoção do primeiro amor, do primeiro livro, do primeiro carro e da primeira casa.

Enfim, desejo que suas memórias  sejam sempre  o seu melhor presente e o seu maior patrimônio.

Paz e Bem meu amigo e que a vida lhe seja generosa!

Com respeito e afeto,

Nouredini.’.


Flores de quintal, enchem nosso dia de alegria!

21 de mai. de 2014

Dr. Álvaro, raro e bom como café de qualidade.

Hoje o meu cafezinho especial vai para um dos profissionais mais competentes que conheço e estendo ao máximo este conceito, porque competência passa bem além do conhecimento e se encontra com empatia.

Tenho o privilégio e a oportunidade de partilhar ha muitos anos da companhia e olhar atendo de um profissional, que assegura a minha tranquilidade de estar sana, bem e pronta para enfrentar o cotidiano.

Encontrei o Dr. Álvaro em meio a uma crise depressiva das mais sérias, aliás, 99% das pessoas evitam falar que conhecem ou frequentam psiquiatras, não há vergonha alguma nisto. Psiquiatras são como cardiologistas, ginecologistas ou qualquer outro médico, a quem precisamos recorrer de forma continuada. Mais que um médico, ele nos oportuniza um escuta humanizada, um atenção a detalhes e muitas vezes desmitifica aquilo que julgamos ser crise ou mesmo “maluquice” nossa.

O Álvaro possui muitas especialidades e cuidada de todos com  a mesma dedicação. Para ele, por mais  complexo seja o caso, sempre é possível administrar. Não há espantos, há indicações, ponderações e soluções e se é algo simples, não há porque complicar ou reter o paciente. Ele sempre nos convida a cuidar-nos e sempre mostra mais uma possibilidade.

Aprendi a admirá-lo à medida que me cuido. As minhas filhas aprenderam a respeitá-lo porque ele inclui a família na formação do diagnóstico e no acompanhamento. Nunca lhe expõe a eles, mas compõe com eles. Afinal, o paciente é pai, mãe, irmão, tio, colega ou filho de alguém. Apesar do desgaste do termo holístico, não há outro para defini-lo!.

Apesar de jovem, credito uns 45 anos no máximo, ele é um médico a moda antiga. Ainda que sua área seja a psiquiatria, acompanha atentamente aspectos clínicos do seu paciente e sempre os analisa como pano de fundo para queixas ou sintomas do momento.

Digo a moda antiga porque é  um psiquiatra que afere a pressão e olha seus exames de sangue e lhe recomenda visita a outros profissionais, tão logo percebe algo se avizinhando. Graças a ele busquei investigar a minha hipertensão, entre outras coisas.

Um médico que responde ligações, sms, e-mail e wzaps. Como todos nós temos defeitos, ele implica com o meu café  e me fez diminuir. Está é hora que ficou antipático, mas mesmo assim, negociou e  baixei de 10  para 5 espressos/dia.

Recomendo-o a todos que perguntam por um profissional de confiança.  Uma confiança tecida, se não me falha a memória, ha 8 anos de acompanhamento e muitos acertos. Maior que os acertos do Dr. Álvaro só a nossa (incluo as minhas filhas, sem precisar consulta-las) gratidão por tê-lo encontrado.


Espero um dia poder chama-lo para um cafezinho com bolinho!





10 de mai. de 2014

Mãe, simples assim!

Para todas mães de ventre e/ou coração e aquelas mães-tias, madrinhas e amigas-mães, deixo esta mimosa florzinha (Boa noite - Catharanthus roseus), que é simples, despretenciosa, mas generosamente está presente todos os dias, receba cuidados ou não! 

Mãe é Bom dia, 

Mae é Boa tarde e
Boa noite!

9 de mai. de 2014

Contando os dias com os grãos de café.


Temos uma necessidade de marcar o tempo em horas, dias, semanas, meses e anos. Sem estes marcos ficamos soltos, perdidos. É fato, que com o tempo as memórias se confundem e as datas se misturam, mas sempre nos apegamos a elas.

Se contasse os dias em grãos de café para me divertir, já que não posso bebe-los como queria, poderia lhes dizer que a 365 grãos/dias atrás, eu estava em S. Paulo em meio a euforia de relacionamento que se renovava após 30 anos de tentaivas e esperas e que hoje, já não existe mais. Quantos grãos são 30 anos? 10.950, afora os bissextos.

Tudo é tão relativo. Destes 10.950 grãos, quantos foram de pura fantasia? Em quantos a imagem do outro foi a que  inventamos e nela acreditamos?!  Assim, concluo  que só vale é a experiência vivida, seja de segundos, minutos ou mesmo anos. O que vale é o momento.

Nos construímos diariamente e o tempo nos modifica. Muitas vezes não percebemos e estacionamos numa autoimagem. Queremos que o outro nos veja desta forma e procuramos ver o outro com a imagem que criamos. Desconsideramos o efeito dos dias, as experiências individuais, tentamos recomeçar de onde paramos.

Neste momento me lembro daque filme - Efeito borboleta, onde ao voltar no passado para corrigir algo, sempre o presente era modificado de forma pior. Isto não existe e se existisse poderia ser, como no filme, desastroso.

A verdade é que já não nos cabe as velhas roupas, os velhos  hábitos ou mesmo as juras de amor. Penso que agimos como adolescentes, inocentes ou irresponsáveis e precipitamos tudo. Se começássemos em bases reais, olhando a oportunidade do reencontro,  buscando identidades e admitindo as diversidades, talvez tivessemos chances, porque seria real.

Fomos adultos querendo andar no velho patinete de criança ou ver sentido num antigo álbum de adolescente. Perdemos o "time" e despediçamos a oportunidade e o mais triste, talvez tenhamos jogado fora uma memória afetiva, que mesmo distorcida, nos fazia felizes.

Reponho os grãos  de café no pote para recomeçar a contar, afinal o tempo não para.







4 de mai. de 2014

Tarde de domingo com sabor de Piccali.

Vésperas são sempre dias diferentes. Há um comichão, uma expectativa de algo por vir. Pode ser alegre ou triste, angustiante ou prenúncio de boas novas.
Vésperas são doces, azedas, amargas ou mesmo agridoces.
Domingo apesar de ser o primeiro dia da semana é sempre véspera da semana por vir e não lhe faltam os requisitos do dia. Tudo depende  de onde colocamos nossa mente e focamos nossos pensamentos. 

Os domingos pendulam entre a espera alegre ou triste e com um pouco de esforço conseguimos trasforma-lo em agridoce.
Se não conseguimos nos conservar no presente - o que seria ideal - e nossa mente saltita qual micos em festa, façamos pois uma conserva agridoce do nosso dia e tentemos saborea-lo identificando cada parte doce, acida, azeda, salgada ou amarga.
É preciso se demorar degustando cada ingrediente, percebendo o que destoa, o que se destaca.  As vezes estamos um tantinho mais ácidos e podemos corrigir o ponto ou mesmo excessivamente doces, até um tanto exagerados.

Falo a vocês enquanto esfria a minha conserva. Fiz Piccali porque hoje estou agridoce como ela.
O Piccali levou manga, maçã,  vinagre, açúcar, sal, pimenta,  cominho, pimenta do reino, noz moscada,  pimentão, cebola, alho,  louro, mostarda, sementes de coentro, brócolis e couve-flor picadinhos.
Como podem ver, um pouco de todas nossas emoções misturadas num belo colorido. 

No próximo domingo estará apurada e pronta para saborear. Só não sei como eu estarei,  mas certamente, descobrirei ao primeiro sabor que se evidenciar ao degusta-la!
Sugiro comer Piccali em fim de tarde com torradas ou pão caseiro, biscoitos salgados, queijo curado/maturado e café bem forte.

Beijos e depois eu conto o que senti.