29 de jan. de 2017

Ao meu bapo com carinho.

Tenho tanto para te contar e muito mais a te ouvir. Muito maior que tudo é a minha saudade.

Já deveria ter aprendido com você que nada se tem ou possui porque tudo é ilusão, mas mergulhada neste mundo de maya em que vivo, sinto falta do seu abraço e dos seus puxões de orelhas.
Me esforço para me manter nas práticas e no caminho. Não há um só dia que não reveja um ensinamento, uma máxima hermética passar diante dos olhos,  lembrando suas orientações.

Conheci o Mestre através das suas atitudes e orientações e sempre o tive como referência. Muitas vezes, me reporto a antigas e sempre oportunas orientações, pois navegar solitário é muito mais arriscado.

Por vezes, a memória me trai e esqueço a sequência das práticas, a disciplina falha e o medo, o lapso da mente afastada, se apresenta, mas o ensinamento verdadeiro permanece.
A Fraternidade é tudo para mim. Meu esteio e minha fortaleza e você irmão, sempre representou e resumiu os ensinamentos do Mestre. 

Rogo a Misericórdia que eu esteja certa nas minhas escolhas porque elas são dolorosas demais. Sinto a falta do grupo, das práticas e da sua companhia.

Sempre sua irmã em todas as vidas.
Com carinho e respeito, Shanti





26 de jan. de 2017

Muros e murros

Acho que estamos entrando num tempo de dá murros em pontas de faca. Este tempo de muros separatistas, tempos "trumpianos".
Se nunca tive visto ou vontade de ter visto americano, creio que não mais terei.

Minhas filhas que lá vão, a passeio, estudo ou trabalho, não desejo que voltem por esses tempos. Difícil dizer isto porque o doutorado de Cissa passa por lá, mas assim como no meu Brasil, acho que é tempo de insurgir-se, de protestar ou retirar-se.

Lembro o refrão de uma música brega...não vá para N. York amor, não vá. Sei que irão e não terão problemas, pois tem visto válido, emprego fixo e convite formal. Entretanto, romanticamente,  não ir é uma forma de dizer não.

O mundo está em crise. O capitalismo está em crise. Eu estou em crise.
Nos resta o único e verdadeiro elo entre os povos, a fraternidade. Bebo meu cafezinho, neste derradeiro dia de férias e repito baixinho...Om Mani Padme Hum.


#floresbrancaspelapaz

20 de jan. de 2017

Papo sério!

Olhando para o mar recobro a consciência de que colocamos nossas possibilidades no limite do nosso horizonte. Limitamos nossas vidas ao alcance da nossa visão, possibilidades e circunstâncias de visibilidade do momento.

Por que impor limites a criação e ao infinito de possibilidades? Diria mais...por que expectar? Devemos dar um passo por vez e totalmente conscientes que estamos inteiros, plenos e presentes no aqui e no agora. A plenitude da finitude de um momento é tudo e é ilimitada.

Pelo segundo dia, olho o mar ao amanhecer e não entro, mas estou sentada na areia que está molhada por ele, assim ele está em mim. Dentro das minhas possibilidades estamos juntos e ilimitados. A chuvisco de verão que cai matreiro, molha ele e a mim.
Somos um com o pai.

Muito louco, acho que sstou embriagada de salitre.

17 de jan. de 2017

Férias, para quê te quero?

Vejo sempre as pessoas zunindo feito abelhas a ziguezageuar quando se aproximam as férias. Para minhas filhas férias é sinônimo de pesquisa de roteiro antecipado, dolares ou euros poupados,  passaporte e malas.

Pedi minhas férias para janeiro porque no janeiro passado, o plantão foi meu. Entretanto, uma licitação de estudos que se atrasaram acabou por me deixar trabalhando e, só ontem 16,  iniciei as férias.

Não fiz programação e posso ter que voltar logo, pois teremos a segunda etapa da licitação. Não acho de todo ruim. Não tenho muito o que fazer ao longo destes dias.

A viagem a Portugal foi de novo adiada, apesar de minhas filhas, recém chegadas da Espanha,  já terem provado que tenho milhas e condiçöes, mas em verdade, não estou com espirito de viajar.

Adoro meus amigos de Portugal e sei que estamos envelhecidos e, a cada dia, o risco não nos vermos aumenta. Porém, viajar exige tesão e saúde. Ando sem ambos. Ontem uma simples ida as compras me deixou cansada.

Também quero fazer mais uma das muitas coisas que ainda faltam em casa e a lista vai de armários de cozinha até um pergolado no jardim. Não pensem que qualquer investimento vale mais que o abraço dos amigos, mas estabeleci a meta de ir fazendo uma coisinha em casa por ano.

O carro terminou a garantia e quero trocar em junho. Isso me deixa com dividas a frente. Termino um financiamento e começo outro. O governo já avisou que não teremos reajustes salarial pelo segundo ano.

A casa é minha casca. Meu canto. Onde entro quando chego do trabalho. Talvez um pergolado novo, uns cuidados no jardim me ajudem a sair mais lá fora e desfrutar o dia.

Talvez, as meninas venham estreiar. Cissa vai mudar para outra cidade à servico e Agnes e Beto vivem de agenda cheia....nada, entretanto, que um vinagrete de polvo e ceviche não conquiste.

Tenho andado só e não venci o luto de ter deixado o Mahananda. Continuo firme nos meus princípios e votos a Fraternidade, mas sinto falta da convivência diária. Depois de mais de uma década, eram os amigos que tinha.

Vou furando o chão enquanto tá mole, como dizia meu pai no sentido de aproveitar o que cada dia oferece.

Diariamente vou no Arrozcatum buscar noticias do amigo Zito, que deixou o hospital para estar entre os seus. Não importando por quanto tempo. A doença dele me mostrou muito da vida.

Desejo amigo que seus dias estejam mais confortáveis e que a paz lhe seja companheira..

Aos amigos do Arroz, que se tornaram meus amigos, envio um forte abraço e votos de que nossa amizade perdure.

Beijos e carinhos a todos.
Shanti.

13 de jan. de 2017

O cozinheiro voltou!

Ontem dia da lavagem do Senhor do Bomfim, festa que mistura profano e sagrado, água de cheiro e cerveja, velas e flores, lá do outro lado do mar uma outra procissão se arrumava. Uma procissão feita de sacolas, mimos e cuidados a carregar o cozinheiro do Arrozcatum para casa.

Hoje, dia 13, Zito está em casa e cercado pela sua Maiúca e filhos. Os amigos de perto poderão vê-lo e os de longe poderão tê-lo no blog. O 13 é numero de sorte, contrário do que muitos pensam e insistem.  13, marca a morte e o renascimento. Soma 4, um numero cujo adição dos antecessores a ele  iguala-se a Monada: 1+2+3+4=10, a Potência.

Feliz os que nascem das cinzas, não importando quanto dure a vida. Um instante, 10 anos, 100 anos. O que realmente temos é o agora e devemos desfruta-lo. O Mestre Thay diz "alegrai-vos pois em todo lugar é aqui e agora" e essa verdade nos une.

No sertão andor no costado o povo canta...

"Ó Deus salve o oratório
Ó Deus salve o oratório
Onde Deus fez a morada
Oiá, meu Deus, onde Deus fez a morada, oiá
Onde mora o calix bento
Onde mora o calix bento
E a hóstia consagrada
Óiá, meu Deus, e a hóstia consagrada, oiá"

Em nós reunimos o amor fraterno, o cálice bento e a ostia consagrada.
Receba zito e se lambuze do amor dos seus amigos e familiares, você merece! 



9 de jan. de 2017

Vigiando a panela do Arrozcatum

Como boa amiga estou zelando pela panela do Arrozcatum, enquanto meu amigo Zito não vem. Aliás, eu não, nós.

Os amigos e leitores de Zito tem se revezado na visita diária ao blog, mantendo aceso o lume e, vez por outra, passando a colher na panela, pondo um tiquinho de água e alentando nossa saudade.

Somos muitos e de  diferentes pontos do globo, todos a rezar, vibrar e nutrir esperança. Afinal, Zito mesmo hospitalizado nos brindou com o post de número 10.000 e escreveu de punho o 10.001.

Grande feito. 10.000 posts não é para qualquer um! Nós nos orgulhamos de fazer parte desta história de sucesso. Cada grão deste arroz é curtido e comemorado.

Por isto meu amigo esteja tranquilo para cuidar da saúde ao lado da sua família. Comentaremos o mesmo post "trocentas" vezes até que outro surja e nos alegre porque lá estaremos todos os dias, até que retornes.

Quando puder e a saúde permitir passe na cozinha do Arroz para receber nosso carinho.

Vida tranquila a Zito e a seu Arrozcatum.blogspot.com.

Paz, força, foco e fé para você e toda família.


Nosso amigo Zito do Arrozcatum