Olho a minha foto nas vésperas dos 56 anos e constato: - envelheci. Não que me desespere a velhice, e sim a falta de saúde, previdência ou sanidade.
Envelheci. Os cabelos encandeceram, o rosto enrugou, a saúde
vem minguando. Envelheci cedo, mas cedo que esperava. Talvez tenha
envelhecido bastante nos últimos meses!
Engraçado como funciona o corpo espelhando da alma - tal
qual nos sentimos. Os últimos meses foram conturbados por percalços no
trabalho, na grana e na saúde e como estes pilares lastreiam o meu humor, ao tirar um,
desmoronou o resto. Os cabelos
embranqueceram nestes meses mais do que
nos últimos anos, o olha perdeu um pouco do brilho e eu perdi parte do viço.
Diminui até o café e distanciei-me do meu bom e querido doutor Álvaro, que
cuida de minha alma; engordei 12 kg, estou de cara lavada e usando roupas largas. Aconteceram coisas boas também, mas não estou sabendo valoriza-las:
mudei para casa nova, Cissa passou num concurso, Agnes vai casar...mas tô
murcha mesmo assim. Tem dias que não abro as cortinas ou varanda.
Creio que de todos os males que me afetam, o fantasma do
desemprego é o mais grave, aquele que faz demorar a conciliar o sono e acordar
cedo e sobressaltada. Sou capaz e tenho
as minhas competências, mas somo limitações que dantes não tinha, não moro mais em
qualquer cidade, não enfrento qualquer rotina, tenho um volume fixo de
pagamentos e diminuiu a minha capacidade de adaptação.
Se desemprego é ruim, na velhice pior!
Posso até nem ser tão velha para a vida, mas
profissionalmente sou. Hoje 3 colegas bem mais jovens que eu foram demitidos e
será difícil recolocarem-se, imagine para mim. Tiro a mente deste pensamento,
mas apenas o distancio. Respiro e tento ficar no presente.
Me digo para viver a cada dia, a sua agonia, mas é difícil!
Dona vida vem me visitar, encher meu rosto de cor, rosar
minhas bochechas e bagunçar meu cabelo.
Quero sua risada mais gostosa e a fé no
que virá...Quero ser feliz de novo meu povo porque um ano novo me espera e tenho que girar a roda!
Fotos do último ano.
Eu estava ficando deveras preocupado quando, subitamente, dei de caras com as ultimas frases do seu texto...Afinal, a ladaínha da velhice, da doença, de receio do desemprego, das cãs, enfim, de um verdadeiro chorrilho de desgraças, tudo culmina numa prece de esperança, num recuperar da adrenalina da vontade de viver...Como pede, daqui vai, não o meu sorriso, mas a minha mais sonora gargalhada...A VIDA É BELA!!!
ResponderExcluirBraça de alta voltagem
Zito
imagina se não fosse.
ExcluirBeijos pelo niver tb e bem que queria um bolinho feito pela Maiúca!
Querida Nouredini
ResponderExcluirPassei para ler seus post, e também me aconteceu igual como ao Zito. Saber a Nouredini tão desanimada, fiquei preocupada... mas no fim do texto "apareceu" a verdadeira Nouredini aquela que não perde a esperança e vai em frente.
Espero que daqui a pouco nos diga que está tranquila.
Muito obrigada pelo comentário que deixou no meu birras. Com tanto elogio da sua parte, eu ainda acabo toleirona...
( já percebeu que a história é verdadeira- e os namorados nós dois - agora um par de velhotes...) eu até me emocionei quando estava a recordar, e a escrever.
Beijinho.
Dilita
Obrigada pela preocupação e cuidado.
ExcluirQto a história imaginei q fossem vcs
Um beijo carinhoso