Estes dias comi muita poeira e saculejei muito pelas estradas. A temperatura girou por volta dos 38 graus e meu corpo gordo triplicou o peso e ficou dolorido.
Muito que andar e aprender neste mundão empoeirado de meu Deus... Vi falta de água de beber e produzir, Vi plantas secas e retorcidos, animais magros, cisternas vazias.
Não vi plantações perdidas porque nem se planta quando não chove a tanto tempo, mas vi muita fé e esperança em dias melhores. Casas de chão batido, pratos vazios, mas que prazerosamente oferecem seu último cafezinho.
Vi mãos calejadas unidas em preces esperançosas de um amanhã melhor. Vi mãos que se somam na ajuda para cavar cacimbas e aguadas para seus poucos e resistentes bodes e cabras.
Vi áreas coletivas de criação - Fundos de pasto - seculares, extensos, exauridos e que não mais suportam os animais. Vi soluções simples e produtores criativos que convivem com a seca.
Vi mulheres guerreiras que caminham, labutam, alimentam e tem esperança, mas também vi muitos jovens cooptados pela cidade, pelo jogo e pela bebida.
Vi casas simples já interligadas por celulares e escolas com acesso ao mundo pela net mesmo com seus bancos duros e quebrados e outras em que a luz é o luxo máximo . Vi a fraternidade nos olhares e em todos os lugares.
Vi que há muito o que fazer por aí!
Tenho que me aprumar, me preparar para rodar 408 comunidades de 30 municípios e atender 70.000 pessoas da melhor forma.
Muitos cafezinhos me esperam!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigada pela visita. Deixe seu comentáro, enquanto passo nosso cafezinho.