17 de set. de 2013

Ossos do ofício


Hoje participarei de uma reunião entre a família de uma contratada e a diretoria da nossa cooperativa para falarmos dos recebimentos dos direitos trabalhistas devidos após o seu falecimento repentino, seu seguro de vida e outros procedimentos burocráticos.

Não posso dar-me ao luxo de pensar em dor, pois são ossos do ofício e tem que se dar andamento. Estarei lá pontualmente as 15h , cheia de café até os fios do cabelo!
 
 
 
A colega em questão era mais que colega: era uma filha, vizinha, que ví crescer e florescer  como pessoa e profissional e numa manhã de trabalho partiu repentinamente. Nossa Maria foi-se para outras aventuras.

Estes momentos exigem racionalidade, mas não necessariamente frieza. Ser racional nestes casos é apartar-se um pouco do evento, listar as providências e tomar encaminhamentos. Entretanto, há que ser emocional porque é necessário a escuta compassivo dos familiares, dar-lhes a atenção, ser fraterno e entender suas agonias e até revoltas.

É preciso entendê-los em meio ao luto e  a dor e não coisificar a pauta da reunião .

Peço aos Mestres que nos iluminem neste momento e que possamos ser práticos, sem ser apenas tomadores de medidas administrativas. Que não nos esquivemos de olha-los como pessoas que perderam e muito, aos quais apenas, podemos  minimizar a parte prática desta perda.

Hoje todo café será bem-vindo  e me darei direito ao choro após a reunião.
 
Que seja o melhor porque Maria merece!

Inscrição feita na parede do corredor do meu quarto.
Maria nos continuamos  a te amar e a vida é mais que esta passagem: -  É a eternidade!
 

 

 

2 comentários:

  1. Será que a emoção prejudica o racional? E será que, neste caso, a racionalidade necessária será isenta de um toque emocional?
    Infelizmente, por vezes, não podemos privilegiar um em favor do outro pois devemos, ambos, a quem queremos bem!
    Acomanho-a, na sua dor, bem encostadinha à minha!
    Zito

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