Na minha lembrança aquele estojo rosa, escrito em dourado, rosa forte e
azul e ornado com flores era lindo e mágico. Passei a observar aquele pequeno
tesouro e não demorei a notar que sobre a penteadeira, assim chamavamos o
toucador, outros produtos da mesma marca Cashimere de Bouquet - talco em lata,
perfume e pó com punça. Será que todos sabem o que é punça?!
Na caixa redonda do pó de arroz havia uma generosa punça, esférica
e plumada, para aplica-lo sobre a pele. No pó compacto a punça era pequena e
lisa – algo tipo uma esponja esférica. Explicação dada, voltemos ao compacto.
Constatei que só o pó compacto consegui acompanha-la ao sair
de casa, facilmente acondicionado em quaisquer tipo de bolsa, valise ou
carteira, sempre disponível para
retoques a maquiagem. A minha mãe era uma pessoa simples, de formação rigorosa
e prendas e, que em nome do amor, deixou para trás sua cidade e seu status de
filha de ourives para casar-se e levar uma vida de muita luta junto com meu
pai. Creio que o pó compacto era uma vaga lembrança do seu tempo de outrora,
algo que ela manteve e se apegou tentando relembrar dos tempos mais fartos.
Nem tinha ciência de que neste momento formou-se em mim uma
memória positivada de que compacto é algo bonito, versátil, elegante e útil. Esta
memória permaneceu guardada até quando moçoila tive o meu primeiro Compact Disc,
uma versão reduzida do Long Play - nosso CD da época. Bem menor e prático trazia as principais
músicas do LP, uma ou duas, a cada lado. Fácil de manusear e levar para as
festinhas. Assim mais um elemento de qualidade agregou-se a minha memória,
associando-se a expressão compacto já
arquivada e só trouxe reforços positivos.
Passado os anos e com a inovação tecnológica, os CD
suplantaram os disquetes em comodidade, capacidade armazenamento e
portabilidade. Constatei que o termo compacto continuava atual e só
associava-se a coisas boas, praticas e úteis.
Ontem um amigo me perguntou porque compro carros tão
pequenininhos, assim tão compactos e...a minha mente se iluminou com as
lembranças! Sempre achei que fora pela dificuldade de dirigir e estacionar
carros maiores ou até pequenos, mas concluo que minha paixão vem de infância. O
meu carro é um compacto, lindo, pequenino, cheiroso, prático, portável e útil como aquele pó compacto da minha mãe e eu
o estaciono em frente a minha janela e olho para ele com os mesmos olhos da
criança que admirava o toucador da mãe.
Vá entender esta nossa mente que se diz recional!
Todas as fotos são da web da marca Cashimere de Bouquet, exceto imagem do carro feita no ferry boat.
Olá Nouredini (Shanti).
ResponderExcluirMuitas das lembranças da infância são tão boas que vêm em nossa memória com flashes sublimes. São tão importantes que se enraízam no intelecto, influenciando comportamentos do futuro.
As mães caprichavam com o pó compacto na face em frente ao espelho da antiga penteadeira e com o pente também caprichavam em nossos topetes de meninos.
Saudades daquela época!
Obrigado por prestigiar as postagens de meu blog.
É bom estar aqui numa boa prosa ao sabor do cafezinho com bolinho, lembrando que já tomei café de pilão, nas roças de minha infância, nos campos destas Gerais.
Abs.
Querido Evaldo,
ExcluirAqueles que já provaram um café torrado em casa, seja na bola ou outro meio, caldeado ou não e moído no pilão, com certeza jamais esqueceram!
Conheço a divisa de minas com a Bahia lá beirando o nosso sudoeste indo para Lícnio de Almeida, Jacarací, Piripá e outros lugares por onde andei trabalhando. É um pedaço meio mineiro da Bahia e não falta um cafezinho nas casas.
De Minas conheço pouco, mas sempre me pego pensando num lugar que nem conheço mas o nome me impressionou – Mar de Minas!
Beijos com gosto do mar de Minas
Minha amiga, de compactos cosméticos eu nada sei...Eu sou do tempo do pó-de-arroz e do pó-de-talco e, claro, do pó-de-café...Hoje, tudo é compacto, incluindo a inteligencia dos manda-chuva...Meu carro é um Citroen quáse compacto, meu apartamento, idem idem, até Dona Maiúca, minha mulher, é super-compacta com 1,55 metro e 55 quilos de peso...Minhas economias, claro, mais que compactas mas, graças a Deus, meus horizontes vão para lá das estrelas, meus desejos, intactos e meu futuro terá sempre, a minha idade! E, depois (ou antes) tenho amigos, Amigos e AMIGOS, de maior ou menor qualidade, tenho você e meu "Arroz", sou um homem rico mas disfarçado de pobre para não suscitar invejas...O passado foi um barato, mas eu prefiro o futuro!
ResponderExcluirFolgo em sabe-lo feliz com o que tem!
ExcluirFeliz mesmo deve ser a Maiuca que consegue manter-se magrinha e disto, tenho inveja .
Sou um modelo híbrido - traseira de caminhão com frente de carrinho...rsrsrs
Beijos motorizados