11 de nov. de 2013

Café consciente: - lixo no paraíso


Estes dias  venci duas novas barreiras, embarquei de carro no ferry boat e rodei 270 km em duas  das principais rodovias que cortam o  estado -  BR 101 e BR 324. Pode não significar muito para a maioria das pessoas, mas dada as minhas limitações como motoristas, as tenho como vitórias significativas.

Pronto, agora que já me exaltei, enchi meu ego e  piorei o  meu Karma (rsrsrs) vou lhes falar do meu final de semana em Tairu – Ilha de Itaparica, onde fui visitar meu compadre e avaliar o que se pode fazer de paisagismo no terreno da casa.

De pronto,  lhes digo que paisagismo lá é assunto para depois, há muito que fazer antes disso e ele deverá  decidir se vai construir, ampliar, fazer pérgola, quiosque e...depois definir as plantas. A casa fica em frente ao mar aberto, vento salitroso e veloz, areia fina e solta, muitas restrições  para as plantas e o paisagismo  pouco vai acrescer a bela paisagem.

Se para as plantas isto é dificuldade, para alma é estar no paraíso em vida. Um simples portão nos separa do marzão. Os vizinhos dos lados esqueceram que são donos daqueles terrenos e fazem mais de 20 anos que não aparecem.  Numa rua de 4 casas, só duas ocupadas, muito espaço entre elas, a única coisa que se ouve são as ondas de quilometros de mar aberto, o vento nos coqueiros e os latidos dos cachorros quando, eventualmente, passa alguém ou algum animal.

Tomei banho de mar à vontade. Não nadei porque não sei. Optei pelo banho sempre a tarde, já que fujo de sol como do diabo foge da cruz e sempre por volta das 4 horas a maré estava muito convidativa. Ir a praia e  banhar no mar foi muito agradável salvo por constar que o lixo já chegou no paraíso.

A orla estava inundada de tampas, garrafas, caixas, brinquedos, decorações de outros natais e outras tantas e variadas coisas misturadas com pequenas e coloridas algas de vários formatos. O sargaço era uma mistura de plástico, isopor e nylon!

Sentei no batente do muro de contenção após o primeiro  banho e fiquei olhando atônita para tudo aquilo até ser chamada pelo meu compadre que dizia: “ se os recicladores bem soubesse  deixariam m para pegar material aqui porque já vem lavado e limpo” e “a cada maré chega mais”.

Passei a observar esta triste verdade nas poucas marés que lá passei.  Percebi que se fazem tampas de todas as cores e formatos e fiquei imaginando a indústria do descartável só crescendo. Recolhi qual criança, alguns pequenos tesouros de formatos inusitados e pedaços de embalagens que fiquei a decifrar do que se tratava, me ocupando por horas.

Quando o manto da noite caía, fechavamos a casa e temperava a comida para o outro dia. Lá se vive de acordo com a luz do dia, apesar da net e da TV a cabo, deitávamos cedo e acordamos com o nascer do sol, que entra pela porta da frente.

Os horários são marcados pelo cheiro do café da manhã, do  pão assando , do cafezinho depois do almoço e daquele café  que se toma no final da tarde, antes de jantar. Aliás, o café é o ponteiro principal do relógio da vida na casa do meu compadre e da  sua madrinha N. Senhora de Fátima.

Fiz pão, assei carne de porco, fiz verduras no sal grosso, limpei terreno e tomei muito banho de chuveirão a exibir minhas gordurinhas porque lá não se tem preconceitos. Aliás, este um lugar é totalmente sem conceitos. É uma grande caixa vazia para ser programada como você desejar construir a base da sua vida, seu alicerce.
Então, acrescí umas linhas no livro da minha vida, lá nas páginas do "sem medo de dirigir" e  do "sem medo dos cachorros", mas dos cachorros eu conto depois, afinal temos muitos cafezinhos pea frente.

Beijos salitrosos,

 

 
 A dinda de Cadito, olha por todos! 

simples e generosas, estão vão se multiplicar!
Sem vizinhos, oba! 
 Balize pelo coqueiro e trace seu rumo

2 comentários:

  1. Palavra que fiquei escarlate de inveja...Mesmo com lixo e tudo, eu dava uns anos dos dias que me restam para me desini bir nessa santa dessa ilha, com tanto, tanto mar, meu compnaheiro de décadas e de que fui forçado a me desquitar por politicos invejosos da minha paixão...Espero que tenha recarregado suas baterias para a azáfama do Natal que está aí...Ou não comemora?
    Bjinhos injesos
    Zito

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    Respostas
    1. Querido
      Foi de fato um ótimo final de semana e ter conseguido superar a limitação da estrada e do ferry completou.
      Lá o compasso é outro. Além de tudo estava cheia de saudades do "cumpadi" e nod fartamks de dengos.
      Beijos e Parabéns prlo record de visitas!

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