Problemas de saúde na família, incertezas de ordem
profissional e meia dúzia decisões por tomar tem me deixado com uma enxaqueca que tá
virando rotina. Para driblar a dor e o aborrecimento, alimento o sonho de um dia
inteiro a bundear na nova casa do meu “cumpadi” Cadito , andar nas areias da
sua praia , quase particular, e poder fotografar um belo budião azul com suas
escamas turquesa a cintilar no sol.
Não sou fã da ilha de Itaparica, mas ele mudou-se lá para
o finalzinho, já saindo da ilha, num lugarejo pouco badalado. Deixou Salvador e
seu barulho para trás e instalou-se de
corpo e alma, frente ao mar, quase sem vizinhos e na companhia dos seus cachorros,
numa enigmática casa em forma de geométrica duvidosa. Sua companhia permanente
é o vento, o mar e uma vista de longe,
muito longe de Salvador, quando as brumas do dia permitem avistar.
Nunca foi de fotos, mas chegando lá inspirou e tem escrito
um poético diário feito de imagens dos dias e noites do seu belo pedacinho de mundo.
Como tenho um conceito que foto é 80% olhar e sensibilidade e 10% de técnica, arrisco a
afirmar que ele já é um fotografo rumo a exposição.
Entre a casa e o mar há um grande espaço para preencher de
plantas e jurei, de pés juntos e dedos em cruz, ajuda-lo com isto, intercalando
plantas entre os coqueiros e cercas já existentes. Vale tudo, menos tirar
a vista permanente do mar.
Enfim, vislumbro a oportunidade. Armada de coragem para me
enfiar no ferry boat e pegar a estrada sozinha, estou partindo.
Armanda - isto mesmo, não é arrumação é armação – tipo trempe porque vai
panela, máquina de pão, tênis, chinelo, rede, panela de ferro e de de pedra sabão , catálogos de paisagismo e
montes de lembranças e guloseimas que as filhas estão enviando e, se tudo correr bem, amanhã mesmo estarei lá .
O cafezinho da tarde será na sombra dos coqueiros, de vista
para mar e balançando na rede, depois de cumprir minhas obrigações e promessas e na manhazinha tomaremos outro, vendo o sol nascer, qual na foto, enquanto o pão assa .
Beijos salgados e esperançosos.
Fotos Cado Bezerra - Carlos Herval
...sosseguem, em inveja não é pecado!
Seu Augusto é o cara mais sortudo que eu não conheço...Incluíndo o vento e o belo peixe!
ResponderExcluirQuerido,escapou ao seu olhar atento que nao formei o 100%
ExcluirViu que preciso de uma parada?!
Querido
ExcluirCadito é o dono da casa e não o seu Augusto.
As minhas desculpas pela confusão...A idade, afinal, não perdôa! E Você está é necessitando de uma boa injecção de esperança e optimismo...Como vão, afinal, suas herdeiras?
ResponderExcluirBjs
Zito