10 de dez. de 2015

Um ano poeta.

Este ano tem sido particularmente complicado e marcado pelas incertezas no campo  do trabalho, da sobrevivência e na convivencia diária de uma equipe que,  aos poucos,  vai desanimado e se desfazendo.

No trabalho, fizemos tudo certo, em tempo,  forma  e conteúdo  mas, ficamos  encalhados no período de transição  de governo,   onde inúmeras mudanças  organizacionais  geraram atrasos  e retrabalho. Nosso cronograma   conta um ano de atraso com duros rebates profissionais e financeiros. Se para a equipe é  ruim,  imaginem para os que na seca,  fome e pobreza extrema esperam os nossos serviços. 

De todo,  mantivemos a cumeeira de pé  com a mão  forte do seu Augusto,  juntamos trapos,  os saldos  e ainda fizemos pequenas realizações. Terminamos o exercício ainda aqui,  mesmo que sem o novo contrato e com pequenos percalços e atrasos salariais. 

Entretanto,  se me atrevo a olhar pela janela está  tudo muito pior lá  fora neste mundão  de meu deus! Um mundo quase esquizoide,  onde convivem grandes saltos de qualidade na educação  com a corrupção.  Onde alguns só  enxergam as conquistas e outros so as derrotas.  Um Brasil de extremos e discursos oportunistas e arriscados, que chegam irresponsavelmente a clamar pela ditadura militar.  Um Brasil que propõe  golpe contra um Brasil que teve oportunidades,  mas também, um Brasil que não  pode e não  deve esconder  os desmandos do governo.

Como o micro se equivale ao marco,  a minha saúde  virou uma baderna. Tudo em alta - açúcar  e pressão  arterial.  Nervos a flor da pele.  Crescem também  os números das dívidas  que se acumulam...

Será  que só  teve coisas ruins?  Não,  não  e não. Vi crescer o companheirismo das minhas filhas  nos preparativos do casamento da Agnes;  ganhei um genro correto e doce;  mantive amigos;  estive ao lado da família num episódio  grave de acidente de um irmão;  vi,  de novo,  as minhas filhas serem homenageadas pelos seus alunos e enfim,  ouvi a doce e querida voz dos meus amigos do Além mar!

Foram muitos cafés  tomados,  uns calmos e outros avexados. Um ano alegre e triste... um ano poeta!







4 comentários:

  1. Querida Nouredini,

    Lindo o seu texto - sincero a deixar transparecer a coragem duma grande Mulher! Sempre forte, não olhando só para o negativo, antes traçando um paralelo entre o melhor e o pior de que este ano foi portador. E situando-se assim no equilibrio de avaliação, para constatar que algo foi meritório...
    e esse algo será como que uma luzinha candidata a clarão - uma flor fechada que lentamente abrirá e dará frutos - é assim a Nouredini corajosa, e esperançosa, e isso é muito valioso e bonito.

    Estou no grupo dos seus amigos daqui deste lado do mar, sinto-me honrada com a sua deferência. E muito agradecida pela amizade que me dedica - muito, muito mesmo.
    O telefonema foi a primeira prenda de Natal que recebi- Bem haja pela alegria que me deu.
    Um abraço, e dois beijinhos da Dilita.

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    1. Querida
      Boas novas chegaram com o Natal - Resolvemos todas prndencias no trabalho e entraremos janeiro com um novo contrato.
      Obrigada

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  2. Muito me sensibiliza saber que as vozes de seus amigos de aquém-mar ajudaram a contrabalançar os negativismos de um ano de má memória...Isto, aliás, confirma que há sempre uma flor de esperança que consegue sobreviver às inclemências dos desertos da vida...Eu acredito que, como dizia o nosso Padre Américo, "não há rapazes maus"...A maldade é um desvio da natureza que, por vezes, consegue resistir à bondade inata do ser humano, provocando, ciclicamente, pandemias sócio-económicas que acabam por ser debeladas pelo bom-senso! Hoje, como ontem, a civilização vencerá!
    Beijos de Paz e carinho...
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    1. Amigos
      Suas palavras e desejos foram fortes e firmes e entraremos o ano com um novo contrato de trabalho.
      Obrigada pela companhia e compreensão da minha ausência.

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