22 de fev. de 2013

Lembranças de povo maravilhoso e seu café esquisito.


Faz alguns anos cheguei ao Peru numa manhã muito fria de julho e todo meu corpo e mente gritavam por um café. Grata surpresa, ao encontrar no balcão do aeroporto um café gostoso, servido num copo térmico, daqueles que só tinha visto em filmes policiais americano.

Segui para o hotel e por duras penas consegui tomar um banho, trocar-me e deixar o quarto rumo ao restaurante para tomar o café da manhã. Daí  seguiram - se as surpresas: -  o bule só tinha água quente e pensei...hum café solúvel! Procurei  o pó, mas já encontrei o café dissolvido.

Nunca vira antes, mas cada lugar seu costume. Despejei na xícara, adocei e bebi com gosto. Vixe nossa mãe dos ignorantes...era xarope de café! Vero,  o solúvel deles é em xarope, uma versão horrível de café, que só perde para o chá de coca no quesito pior gosto.

Assim, passei a ser prudente durante toda a viagem, colocar um pouco daquilo na xícara, misturar água quente, fazendo meu própiro ponto.  Segui viagem até Sibayo e adjacências, onde me aguardava  conviver  em comunidades rurais maravilhosas, que sobrevivem com dignidade e sabedoria  sob as  sérias restrições andinas de estar  acima  5000 m de altitude e um frio de  -10 ° C.

Aprendi a importância da folha de coca na vida deles e sou grata pelo seu chá horrível que me manteve respirando e caminhado apesar das minhas limitações “marmóticas”.  Destas pessoas, trago lembranças, fotos e muitos exemplos de criatividade, capacidade adaptação e sobretudo,  de fé na vida.

Para este povo simples e batalhador ergo a xícara do meu melhor café, aquele que se torra na roça, na bola, moi no pilão e pode até ser caldeado.
 
Beijos, votos de paz.
 
P.S a foto é da viagem.
 
 
 

 

Um comentário:

  1. A primeira vez que fui a Londres tive a minha primeira refeição numa cadeia de pizas, a Greenland
    cuja especialidade era uma "deep pan" de frutos do mar - uma delicia...Sem mais aquelas, colocram à minha frente uma caneca imensa com o que disseram ser café mas não cheirava a café, não sabia a café e dava para tomar um banho em tempo de racionamento de água...Troquei por uma 7up mas, anos mais tarde, sofri a mesma humilhação em Boston...Pelo menos, em Londres, descobri um cafezinho italiano que servia uns expressos espumando de prazer e umas sandes de salame em cacetes de meio metro...Dolce vita!

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