11 de out. de 2015

Mesmo onde falta água sobra cafezinho

Estes dias comi muita poeira e saculejei muito pelas estradas.  A temperatura girou por volta dos 38 graus e meu corpo gordo triplicou o peso  e ficou dolorido.

Muito que andar e aprender neste mundão  empoeirado de meu Deus...  Vi falta de água de beber e produzir,  Vi plantas secas e retorcidos,  animais magros, cisternas vazias. 

Não vi plantações  perdidas porque nem se planta quando não  chove a tanto tempo,  mas vi muita fé  e esperança  em dias melhores.  Casas de chão  batido,  pratos vazios, mas que prazerosamente oferecem seu último  cafezinho.

Vi mãos calejadas unidas em preces esperançosas de um amanhã  melhor.  Vi mãos  que se somam na ajuda para cavar cacimbas e aguadas para seus poucos e resistentes bodes e cabras.

Vi áreas coletivas de criação - Fundos de pasto - seculares,  extensos,  exauridos e que não mais suportam os animais.  Vi soluções simples e produtores criativos que convivem  com a seca.

Vi mulheres guerreiras que caminham,  labutam,  alimentam e tem esperança,  mas também vi muitos jovens cooptados pela cidade,  pelo jogo e pela bebida.

Vi casas simples já interligadas por celulares e escolas com acesso ao mundo pela net mesmo com seus bancos duros e quebrados e outras em que a luz é o luxo máximo .  Vi a fraternidade nos olhares e em todos os lugares.

Vi que há  muito o que fazer por aí!

Tenho que me aprumar,   me preparar  para rodar 408 comunidades de 30 municípios  e atender 70.000  pessoas  da melhor forma.

Muitos cafezinhos me esperam!

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