Das quatro eu fora casada, apesar dos vinte e poucos anos, Laura era noiva e eu acabei madrinha do casamento de Sandra. Ana solteira, pouco mais velha que nós, era a mais centrada, econômica e tudo aproveitava. Se quebrava o prato, aproveitava a xícara como caneca, adorava receber doações de coisas velhas para república e, cá prá nós, degosto duvidoso.
Assim, nossa casa de república se divida em dois territórios: - de um lado, Ana e sua econômia impar e a Laura, que tudo economizava para o casamento e do outro eu e a Sandra, que procuravamos compensar as auguras da distância de tudo e de todos como o lema Clara Crocodilo: gastar, gastar, gastar.
Para Sandra era a primeira casa e para mim a primeira minha, sem pitaco de marido, então comprávamos tudo novinho, o que precisávamos e o que não precisávamos também. Afinal, chegara o Rock in Rio, tínhamos dinheiro e se quer podíamos ir. Trabalhabamos a comer poeira e ver tristezas de segunda a sexta e fazíamos 12 horas de estrada num ônibus velho para passar uma única noite em Salvador e mais 12 de volta! Santa resistência, que só a juventude concede.
Aproveitava para ver as filhas, que deixei aos cuidados do pai e para...fazer mais compras. Éramos jovens, o trabalho era árduo e estávamos longe de quem amávamos.
D. Ana - Donnana , era econômica (rsrsrs), mas não sovina e a todos servia com suas econômias, por muitas vezes salvou a todos nós: - as meninas da república e a república dos meninos que ficava bem ao lado da nossa.
Donnana nunca mudou e o tempo só aumentou a sua forma solidária de ser. Se alguém precisa de dinheiro ela tá lá, se precisa de uma chá, de uma casa...é isso mesmo ela empresta até a casa!
Já madura, ao ponto, escolheu ser mãe duas meninas que já estão moçinhas, enquanto ela continua a percorrer estradas da Bahia levando "melhorias e adjutórios" com seu trabalho onde pobreza campeia.
Hoje lembrei disto porque estou aproveitando xícaras de cafézinho, cujo pires se quebraram e gostaria de dizer a Donnana que ela já era social e ambientalmente correta desde aqueles tempos.Já reciclava e préciclava.
A receita de hoje será em sua homenagem Donnana, feita em xícaras descartadas, porque por mais tenha demorado, aprendi o que tentou nos ensinar.
a receita também é boa de rendimento, se usar xícaras pequenas chega a 1 1/2 dúzia, mas observe se as xícaras suportam o calor do forno, senão nem bolo, nem xícara!.. e ainda um monte de caco quente para limpar!
E vocé aí...Passe um café, torrado na bola e moído no pilão, se Deus lhe permitir tamanha alegria e partilhe. Os meus serão de Laura, Sandra e Donnana que recebo para um café e bolinho e as muitas boas lembranças virão!
Minicupcake expresso de espresso
Ingredientes
175g de farinha de trigo;
1 1/2 colher de chá de fermento;
1 pitada de sal;
75g de ovomatine;
50ml de café espresso frio;
225g de açúçar refinado
115g de manteiga sem sal amolecida.
Pré aqueça o forno ente 10 e 180ºC
Unte 18 xícaras de cafézinho
Junte e peneire a farinha, o sal e o fermento e reserve;
Junte o café e o ovomaltine em outra vasilha e reserve
Bata os ovos e açúcar até virar creme;
Misture todos os ingredientes alternando-os;
Despeje a massa em 3/4 das xícaras;
Asse por 15 minutos.
Humor - Nós costumamos dizer que a lingua portuguesa é traiçoeira...Voce pede 18 chávenas e depois manda verter a massa em 3/4 delas...Então para que serve o outro 1/4 de xícaras? :)
ResponderExcluirCaro Zito,
Excluirés bom de garfo e creio que no fogão, mas no forno tenho minhas dúvidas!!!
1/4 fica para o milagre do fermento!
Perdôa, amiga, mas eu me refiro Á QUANTIDADE DE XICARAS e não à sua capacidade individual...Aí é que está a graça do trocadilho...
ExcluirAbraço, sorridente!
Zito
Ok. professor, tens toda razão. Prdoe-me ratada ou burrada!
ExcluirErrata: a massa deve ser colocada em 3/4 de cada xícara!!!
Fico lhe devendo esta.
Abraços
Amigo não deve, nunca...A foto está um tanto inigmática!
ExcluirAbraço,
Zito