3 de fev. de 2013

Pereira café ou Zé Pereira, o rei da folia.

Fico pensando na máxima do globo de cristal, onde meu Mestre  ensinava-nos as diferentes perspectivas da vida e que  cada um  enxerga a partir de seu ponto e tem um foco diferenciado. Um  mesma situação,  uma mesma pessoa parece diferente a depender de quem, de onde  e do quando olha. Sinto-me assim observada, nova e velha.

Penso sobre  isto olhando a fumaça que sai do meu café e embaça o verde das minhas samambaias. Alias, não é só a fumaça que as embaça, meus olhos estão turvos de lágrimas. Enquanto marejo, no quarto da minha filha o burburinho aumenta nos preparos para mais uma atividade pré-carnavalesca. Hoje tem feijoada no Pereira.
O Pereira café onde se ouve uma boa música e bebe um bom café selecionado, em variados opções, também serve petiscos e aos domingos uma feijoada. Só que hoje será uma feijoada regada a cerveja, muito suor, bom samba e pouco café. A festa é paga e a camisa individual muda de preço a cada dia e hoje alcançou os US$ 70.

Muitos sábados e domingos nossos foram de almoço no Pereira. Muitos planos já foram feitos em suas mesas. Muitos aniversários comemorados, muitos chopes com amigos e muitos reuniões de trabalho.

O Pereira sempre pareceu ter a idade de quem escolhe sentar lá e assim sentia até hoje, quando descobri que nem foi cogitada a minha ida a feijoada: - Não é coisa prá minha mãe! Estou velha para ir ao Pereira hoje.

Tomara passe o carnaval e o Pereira volte a ser contemporâneo de todos e eu possa sentar,  sem frescuras, em suas mesas e beber, comer , paquerar, rir, ou mesmo ficar confabulando com meus botões, essas coisas que nós velhos sabemos e  temos prazer em fazer ao sabor de um bom café.

Salve Nossa Senhora dos jovens enganados porque a velhice é para todos!
 
P.S: A foto  já tem 3 carnavais e foi feita no bailinho das crianças no sítio de Aninha.

  

 

Um comentário:

  1. Estou certo de jamais vir a degustar a feijoada do Pereira, que até parece nome português da Silva! Mas a filosofia da coisa eu entendo...Mais jóvem, depois da noite de S.Silvestre na maior e o dia do Ano Novo sem ir à cama, eu dava comigo em desespero que a festança acabasse para poder sentar-me calmamente, em casa do Mascarenhas sorvendo colheradas daquele caldo-de-peixe de cabeça de atum, que era o melhor da festa,,,Já não há fins-de-ano comoantigamente e, por azar, o Mascarenhas já se foi, coitado!
    Longa vida p'ra seu Pereira...

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