21 de jan. de 2020

Quando restarem apenas os jasmins

Quando mudei para cá  plantei jasmins. Sempre os associei aos meus pais e as nossas caminhadas rumo a igreja, quando era criança.

Hoje, molhando as plantas percebi vários pés  de jasmins que brotam aqui e acolá  no meu pequeno jardim. São sementes espalhadas pelo vento e pelo tempo.

O jardim está  maltratado, as variedades diminuíram e poucas vem resistindo, entretanto, os dois pés  de jasmim vem se multiplicando. Uma mensagem de que não  faltarão folhas e flores, que seguirão a mim.

Noto que as plantas, como nós,  tem ciclos, adoecem e algumas morrem jovens. Outras resistem e deixam-se levar pelo vento e vão  criando o futuro.

Meu jardim está  envelhecendo e eu também!

A cada dia percebo, não  sem saudade ou dor, que é dada a hora de parar de trabalhar. Muito mais que cansaço, trata-se de decepção e falta de saco para algumas situações  e pessoas.

Ainda este semestre, se seu Augusto me permitir, vou parar. Vai ser difícil, vai faltar grana, mas estou decidida.

Peço desculpas às  minhas filhas, mas enfrentarei com dignidade esta nova fase de vida. O café é amargo, mas forte e aquecerá.

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