19 de out. de 2013

Café com bolo de rolo.

Minhas filhas estão no Recife desde quinta e eu fico pensando se me trarão bolo de rolo para tomar com café.  Chego a sentir o gosto do bolo e a maravilhosa sensação de desmanchar-se na minha boca e chego a pegar-me mastigando a imaginação,  enquanto beberico meu cafezinho recém feito.
 
Danada essa nossa memória que invade nosso corpo das sensações e,  por instantes, revivemos momentos. Ainda ontem, lá na Fraternidade, tivemos uma discussão sobre desejo, ilusão e realidade. As sextas, um dos nossos Instrutores nos convida a refletir sobre a Ciência Divina que tece nossas vidas e dela tudo fundamenta e explica.
 
Trazendo a discussão para este momento de pura memória sensorial do prazer de comer bolo de rolo do Pernambuco, lembro de que o passado é relativizado quando o visitamos e as lembranças serão agradáveis ou desagradáveis em acordo com nossa conveniência.  O bolo é bom porque dele,  assim quero lembrar-me. Lembro do gosto e da textura agradável, mas se estivesse com outra motivação poderia sentir o excesso de açúcar e gordura característicos desta iguaria, sentir-me enjoada e esquisita.
 
Como me encontro em fase compulsiva pelos bolos, opto por me lembrar com saudade e prazer, mas se trouxerem ( tragam, porfavor!) certamente,  após devora-lo vai bater a culpa e toda a lembrança será dos seus aspectos negativos.
 
Este exercício de futurologia nos leva a outra ponta desta relatividade - o futuro. Ao projetarmos algo, certamente ele será acompanhado e relativizado pelo que sentimos no presente. Assim tudo poder alegre ou triste, agradável ou não,  mas isto não os fará real.
 
Real é o presente feito pelo meu cafezinho preto, meu texto do momento é a consciência do meu desejo. Então a verdade sou eu, o café e está conversa. Bom ou ruim será sempre relativo.
Meu Mestre nos ensinou e ensina,  através dos nossos Instrutores, que a vida é feita de momentos alegre e triste,  unidos.  Tudo é dual. Então,  assim sendo, somos reais eu e é vocês neste papo  e isto me faz feliz.
 
Todo o resto é impermanente e relativo.
Beijos amanteigados e obrigada a Rahula pela linda aula.
Shanti

4 comentários:

  1. Apreciei, devidamente, a divagação meio filosófica revejo-me na maioria dos conceitos...Já sobre o bolo de rolo não posso testemunhar: não sei do que se trata, para alem dos denunciados exageros de glícidos e glúcidos, como é apanágiol de bolos e afins... Mas não deve ser pecado mastigá-lo com a imaginação e degustálo com a mem+oria! Bom apetite e que suas filhas regressem logo para acabar com esse guloso calvário!
    Bjs, dôces,
    Zito

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    1. Aí está a foto do bolo. Acredito que você conhece por outro nome.

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    2. o bolo não veio. Elas acharam incompatível com a dieita.

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  2. Olá Nouredini !

    Engraçado esse bolo, parece uma bobine de fita. Nunca vi igual, mas não admira, Pernambuco está lá tão longe
    Gostei da sua dissertação. Pois o cérebro "essa coisa feia" em que ninguém fala porque não lhe foi atribuida carga poética
    como acontece com o coração, mas é ele o responsável pelos nossos anseios. Eu também acordei hoje com o desejo de ir comer um pão torrado com marmelada, e o habitual café preto com leite. E assim fiz, fui logo torrá-lo e comê-lo quentinho; aquela sandes de marmelada foi divinal hoje, amanhã o cérebro indica-me outra coisa, doce já não.

    Já fui ver o que deixou escrito no Arroz e no meu Birras, grata também pela visita. Muito boa ideia e propósito. Tudo é possível. Ou nós vamos, ou a Nouredini vem. De Lisboa aqui são uns 200 Km. parece-me que nem é tanto, é um saltinho.
    Fico à espera do programa.
    Abraço.

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Obrigada pela visita. Deixe seu comentáro, enquanto passo nosso cafezinho.